No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, na terça-feira (3), alunos da Escola 1° de Maio participarão da iniciativa, que integra projeto inédito
Em Guarujá, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado na terça-feira (3), os estudantes da Escola Municipal 1° de Maio vivenciarão desafios enfrentados por deficientes visuais, das 9 às 12 horas e das 13h30 às 16 horas. A unidade criará oito estações interativas com atividades cotidianas, que proporcionam experiências imersivas para sensibilizar e ampliar a inclusão social. O equipamento fica na Avenida Adriano Dias dos Santos, 611 – Jardim Boa Esperança, e a programação integra a Virada Inclusiva 2024.
O público-alvo terá acesso a oito estações sensoriais, que simulam as dificuldades dos cegos no mundo real, demonstrando, ainda, como a tecnologia fortalece a autonomia e a independência dos mesmos. Na prática, será possível ganhar noções de como é a mobilidade no espaço urbano e doméstico, fazer reconhecimentos pelo tato e audição, disputar jogos adaptados, além de explorar as memórias gustativa e olfativa. Por segurança, os processos serão supervisionados.
Para ter a sensação de viver sem a visão, os alcançados vendarão os olhos e utilizarão uma bengala. Uma das situações previstas é uma travessia cujo percurso possui obstáculos. Outra consiste em incentivar a socialização, desenvolvimento cognitivo e a diversão, em uma versão adaptada do jogo de dominó, onde as peças são marcadas com relevos que permitem a identificação dos números pelo toque.
Projeto ‘Visão Inclusiva’ fortalece vínculos e supera desafios
A iniciativa faz parte do projeto inédito ‘Visão Inclusiva’, idealizado pelas professoras de Educação Especial da unidade, Pâmela Martins e Neuma Lira. Elas desenvolvem a proposta junto a 24 alunos do 9° ano C desde março, quando apresentaram a estratégia e montaram grupos de exercícios.
O trabalho nasceu com o objetivo de fortalecer o vínculo dos estudantes e promover inclusão social efetiva. Isso porque a classe conta com dois matriculados atípicos, sendo um com deficiência visual e outro com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A professora Pâmela Martins conta que uma das crianças atípicas não gostava de frequentar as aulas, porque sentia que não pertencia ao ambiente escolar. Com a implantação do projeto, que propôs as atividades até mesmo com os olhos vendados, todos puderam compreender as dificuldades de não enxergar e descobrir suas potencialidades. A jornada contou até com prova em braille e recompensa para quem tirasse nota máxima.
“Tenho muito orgulho dos nossos resultados, porque a turma se tornou totalmente inclusiva. Para se ter uma ideia, se eventualmente faltarmos, nada muda para os atendidos que precisam de suporte, porque eles se ajudam, desde a abordagem na entrada da escola, até a realização das atividades pedagógicas. Atuo há 13 anos na Educação Especial e é a primeira vez que vejo isso acontecer de forma tão significativa”, finalizou emocionada.